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sábado, 3 de setembro de 2011

CANTINHO DA SALA


Trabalho de Saul Steinberg (1914-99) 
Na visão de Saul Steinberg, as mulheres de Nova York eram pavões em casacos de pele, caubóis eram seres estranhos ornamentados com penduricalhos delicados e automóveis e insetos tinham o requinte de carros alegóricos.
Mas tudo isso se arquitetava a partir da linha, elemento central de sua obra. Mesmo as mais complexas construções visuais do cartunista moldávio que se radicou nos Estados Unidos se estruturam em torno dos traços mais simples.
Esse olhar pautado pelas filigranas, capaz de reduzir a complexidade do mundo à crueza do traço preto sobre fundo branco chega agora à Pinacoteca do Estado de São Paulo depois de passar pelo Instituto Moreira Salles, no Rio.
São cem desenhos e quatro projetos de mural que destrincham a América do pós-guerra em composições que oscilam entre a ironia mais ácida e certa aura singela. Embora muito de sua obra tenha ficado conhecida nas páginas da "New Yorker", revista em que foi assíduo colaborador, a mostra dá cabo da vastidão de seu trabalho.
"Steinberg é o mestre do desenho econômico", resume Roberta Saraiva, curadora da exposição. "Sua obra reúne qualidades raras: uma espécie de humor mundano combinado a uma ironia fina e aparente facilidade que não dispensa o rigor da construção."
"A riqueza de detalhes nos adereços dos caubóis aparece como uma espécie de adorno que confere a essa figura ao mesmo tempo graça e um certo tom jocoso", observa Saraiva. "Há uma ironia na representação dessa figura icônica."

Saul Steinberg

Quando: abre neste sábado (3), às 11h; de ter. a dom., das 10h às 18h; até 6/11
Onde: Pinacoteca do Estado de São Paulo (pça. da Luz, 2, São Paulo, tel. 0/xx/11/3324-1000)
Quanto: R$ 6 (grátis aos sábados)

Deu na Folha

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