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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SUPOSTO ANONIMATO

Da Amanda Demetrio - Folha

O suposto anonimato proporcionado pela internet dá uma falsa sensação de segurança aos usuários, que aproveitam isso para despejar o ódio que sentem.
"Em um espaço onde, teoricamente, ninguém descobre quem você é, você se sente mais seguro para falar o que pensa e colocar para fora o que julga que a sociedade não aceita", afirma a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC de São Paulo.
Além disso, diz ela, a web tornou mais fácil o encontro de grupos de pessoas com gostos em comum. "Da mesma forma que isso serve para coisas legais, serve para coisas não tão boas assim, como é o caso dos 'haters'", diz.
Existem também pessoas que disseminam ódio nas páginas da internet como forma de experimentação, afirma Luciana. Segundo ela, normalmente são pessoas mais novas, que querem saber como é viver algo assim.
Na maioria das vezes, o ódio vem de um grupo específico de pessoas, diz a psicóloga, que enxerga padrões entre os "haters". "São pessoas que vêm de uma família que não teve a estrutura adequada para criar indivíduos saudáveis. Elas foram, de certa forma, criadas para ser assim", afirma.
No caso do ciberbullying -quando os meios digitais, como a internet, são usados para atingir as pessoas de uma maneira ruim-, ela diz que os agressores geralmente vêm de "lugares onde, de alguma forma, existe violência, raiva, ódio".
"São pessoas que têm pais que impuseram poucos limites e geraram estruturas pobres de regras."
O ciberbullying também trouxe mais mulheres para o grupo dos agressores, segundo ela. "Isso ocorre porque o ciberbullying não exige força física. Ele funciona por outros meios", afirma.
Problemas de personalidade estão entre as consequências para as pessoas que sofrem com o bullying na internet, diz Luciana.

Amanda Demetrio



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