Translate

segunda-feira, 4 de julho de 2011

CULTURA ZERO

Ruy Castro escreveu hoje na Folha

Imagine uma cidade sem cinema, biblioteca ou livraria. Não é difícil, esta é mais ou menos a regra. Bem, se tal cidade existe, também não terá um teatro e, muito menos, um museu. Talvez nem mesmo um jornal, semanal que seja. Muitas não têm nada disso e, apesar de todo o prestígio da música popular, também não contam com uma casa de shows -loja de discos, nem pensar.

Donde essas cidades são habitadas por pessoas que nunca assistiram a um filme ou peça de teatro. Espetáculo de dança, esqueça. Nunca ouviram um concerto, nunca viram um quadro ou escultura importante e, bem provável, nunca leram um livro que não fosse o da lição. Da mesma forma, nunca recitaram ou ouviram um poema, não sabem o que é ópera e os cantores que conhecem é por ouvir falar.

Há muitas cidades assim no Brasil. E não pense que sejam burgos perdidos no sertão ou no meio da selva amazônica. Algumas são bem conhecidas pelo nome e ficam em Estados prósperos e orgulhosos, mais perto de nós do que imaginamos. São dados do IBGE, colhidos no último recenseamento, não muito difíceis de consultar.

O que não falta nessas cidades é televisão -porque 95% dos lares brasileiros têm pelo menos um aparelho. Mas não é bom para ninguém, nem para a televisão, que ela seja o único contato das pessoas com o mundo. Claro que, não demora muito, todas terão internet e, quando isso acontecer, dar-se-á o fenômeno de cidades que passaram da cultura zero para o universo digital, onde supostamente cabe tudo, sem o estágio intermediário, milenar, da cultura analógica.

Essas cidades podem ser zero em cultura, mas têm prefeitura e Câmara Municipal. E, em época de eleição, candidatos a deputado, senador, governador, talvez até presidente, devem aparecer por lá, com grande cara de pau. Interessante país, este que estamos formando.

Ruy Castro

Blog: Não estamos nessas condições. Mas não estamos distantes.

ER





Um comentário:

Anônimo disse...

Zezinho

A clara luz o que temos são politicas públicas em sua grande maioria de Saúde, Educação, Cultura, Transportes e Estradas, Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Econômico, Habitação, Agricultura e Esportes vexatórias.
Que contemplam o vazio.
Que são mudadas(até as que realmente deveriam continuar) a cada Presidente, Ministro, Prefeito ou Secretário desembestado.
Falamos de PAC, de sonhos, de obras em Itajubá, vinda de fábricas e não conseguimos nem fazer o dever de casa como cidadania, civilidade, qualidade de vida, honestidade, homogeneidade, planejamento e desprendimento de poder.
Nos vendem desenvolvimentos, aceleração de crescimento, além de um Brasil e Itajubá perfeita,mas o que vemos é a banalização de bandalheiras explicitas, mandos e desmandos e muitas outras coisas já lidas de trás para frente nestes últimos tempos.
Não sabemos a quem mais recorrer: Judiciário ? Legislativo ? o próprio Executivo ? Todos sem exceção altamente tendenciosos a algo.
Enquanto mundos e rios de dinheiros são jogados fora na execução dos mesmos ou nas contas de Consultores e qualquer politico esperto demais, ficamos aqui, alguns anônimos fazendo piadinhas sem graça e medíocres.
Gostaria de saber como estamos em um hipotético Ranking de Escândalos e outro também de politicas públicas contemplatórias em outros países e cidades.
Isto sim seria salutar e saberiamos ao certo como cobrar de nossos politicos atuais o que queremos e o que esperamos para nossas futuras gerações para que diminuissemos o abismo colossal social(para qualquer classe) em um País e uma cidade como a nossa atualmente.
Pois fé e educação familiar nunca irão faltar aos filhos e netos das pessoas que relmente conseguem enxergar que estamos no fim de um túnel aonde nossos condutores maiores (Presidência e Prefeito atual) vivem num mundo que realmente não é o nosso, mas que infelizmente vivem de nossos salários.
O Livro preferido de bolso dos tempos de hoje é:
" VALE TUDO PARA TODOS, DESDE QUE DISFARÇADOS DE BOA FÉ PÚBLICA
(POLITICOS E NÃO POLITICOS)

Ass: Pagador de impostos