Blog: O Prof. Rogério Cerqueira Leite escreve na Folha de hoje (Tendências) um interessante artigo sobre assunto.
Seguem as conclusões. Se ele estiver correto (e tudo indica que sim), a nossa Escola (Unifei) terá que levar uma sacudida daquelas.
" ...As diferenças essenciais entre as universidades brasileiras e as universidades mais bem qualificadas dos EUA e da Inglaterra.
1 - O órgão máximo no Brasil, o conselho universitário, é constituído essencialmente por membros da corporação interna (70 na Unicamp e cem na USP), enquanto nas grandes universidades do exterior o órgão colegiado supremo é formado por uma grande maioria de cidadãos prestantes externos à universidade (entre dez e 15), frequentemente empresários, dirigentes de instituições da sociedade civil etc.
2 - Enquanto no Brasil eleições de reitores e diretores se fazem entre e por grupelhos da corporação interna, desnaturando a atividade acadêmica, nas boas universidades do exterior o conselho escolhe um comitê de busca para procurar seus reitores e diretores, principalmente fora da universidade.
3 - No Brasil, tudo favorece a endogenia ("inbreeding"), enquanto no exterior uma pluralidade de mecanismos é adotada para eliminá-la em todos os níveis da carreira universitária. São escolhidos fora da universidade os professores titulares e, por vezes, os associados.
4 - Finalmente, nas universidades americanas o pesquisador-docente só alcança estabilidade, e assim mesmo precária, no fim da carreira; aqui, começa como vitalício. Sabemos, portanto, por que nossas universidades são deficientes.
Resta ver se temos vontade política para mudar, o que não fizemos nesse intervalo de 35 anos."
Rogerio Cezar de Cerqueira Leite, 79, físico, é professor emérito da Unicamp e membro do Conselho Editorial da Folha.
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