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quarta-feira, 6 de abril de 2011

BEIRA A EXPLORAÇÃO

Deu hoje no 247:

O caldeirão de pressão dos planos de saúde está se destampando. “A situação é insustentável porque as operadoras não cumprem com suas obrigações com a nossa classe”, afirmou o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florisval Meinão. “A greve será histórica”. O movimento marcado para todo o dia nesta quinta-feira 7 vai levar os médicos a não atenderem as consultas agendadas por clientes ligados a planos de saúde. Cerca de 70% dos 160 mil médicos credenciados nos 1.044 planos de saúde existentes no Brasil deverão participar. Coordenada nacionalmente pela AMB e pela Federação dos Sindicatos dos Médicos, a greve pode se estender por nada menos que 18 dos 27 Estados da Federação, além do Distrito Federal – Alagoas, Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins e São Paulo.
São Paulo deverá ser o epicentro do movimento. Uma passeata com início às 9h30, no centro da cidade, está sendo convocada pelas entidades médicas. Centenas ou, até, milhares de profissionais de branco poderão estar lá.
O motivo do protesto é um só: os pagamentos feitos pelos planos de saúde aos médicos por procedimento, que são considerados baixos. Segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), as operadoras de saúde pagam aos profissionais credenciados, em média, R$ 161,92 por um parto do tipo cesariana, enquanto no esquema particular o médico chega a receber entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil pelo mesmo trabalho; um cateterismo, de acordo com a mesma fonte, tem o valor médio, para as operadoras, de R$ 149, mas quando feito diretamente com o paciente esse procedimento chega a render até R$ 1 mil para o médico; a realização de um exame de eletrocardiograma dá ao médico, segundo o Cremesp, R$ 10, mas fora do sistema de saúde suplementar o mesmo procedimento tem o valor estimado em R$ 150. O ponto que mais atinge os médicos é o valor da consulta, que pode ser de um mínimo de R$ 25 pelos planos de saúde, mas, no circuito particular, dificilmente é inferior a R$ 250. “Na prática, uma consulta pelos planos de saúde remunera o médico com pouco mais de 10 reais, em razão dos impostos e gastos no consultório”, diz o presidente da Federação dos Sindicatos dos Médicos, Cid Carvalhaes. “São os médicos os verdadeiros financiadores dos planos de saúde, que têm lucros exorbitantes em cima do trabalho da categoria. O arrocho chegou a tal ponto que muitos consultórios estão fechando as suas portas”.
A Agência Nacional de Saúde (ANS) emitiu comunicado em que afirma que todos os 30 maiores planos de saúde do País operam com contratos irregulares com seus médicos credenciados. Os líderes do movimento têm recomendado aos profissionais que mantenham o agendamento de cirurgias e façam os atendimentos de emergência. Mas que, em nenhum momento, atendam consultas.
Nos últimos tempos, os planos de saúde assumiram um caráter estratégico para a população brasileira. Nada menos que 45,5 milhões de pessoas, ou 24% do total da população, têm plano de saúde. Por meio das operadoras são realizadas 223 milhões de consultas anualmente e 4,8 milhões de internações.

247



3 comentários:

Anônimo disse...

Doutor Aldo,

Por favor responda com sinceridade:

Se vc fosse o Presidente da Unimed nos pagaria quanto, e como Presidente receberia quanto e o que faria diferente do Dinamico nosso Presidente?

Colega.

Edson Riera disse...

Ei pessoal,

Vamos parar de tratar especificamente de um plano de saúde. Os seus associados são fortes e tem plena capacidade de resolver internamente. O que nós queremos é um bom serviço prestado e isso acontece com funcionários dignamente remunerados e felizes. O que não acontece (pela greve) em todo o país.
Para nós de Itajubá seria interessante que todos estivessem bem.

zelador

Anônimo disse...

Nossa, imaginem se os operarios das fabricas tivesses esta oportunidade?