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sábado, 12 de março de 2011

DEMOCRACIA OU COREOGRAFIA

Do Walter Bianchi, o moço de Mogi Mirim. Depois do Fransergio, o melhor jogador de basquetebol que passou pela terrinha

Por Pavarini, em 28 de agosto de 2010.

Um irônico pensador inglês escreveu certa vez, refletindo sobre a realidade política de nosso pais: A Democracia é o regime que a cada quatro anos o povo tem a liberdade de escolher quem vai mandar nele no próximo período?. Se formos honestos, temos que reconhecer que isso se aplica ao caso brasileiro. Sabemos que nos municípios nunca passamos do coronelismo ou do familismo, uma política de nepotismo, compadrio e clientelismo(e uma boa dose de perseguição), e contextos, na maioria das vezes, de extrema miséria e dependência de assistencialismo público, do analfabetismo e da ignorância. Sabemos como as oligarquias controlam o aparelho público e a mídia na sua quase totalidade, não têm interesse no desenvolvimento, pois isso concorreria para o declínio do seu domínio atual. O Estado Nacional, associado a (des)Ordem Internacional é controlado por um pacto entre a burocracia do Estado e os detentores do poder econômico e financeiro, e onde os políticos são, no fundo, seus prepostos, seus gerentes confiáveis. Mas, os donos do poder (para usar a expressão do saudoso Raymundo Faoro) precisam de uma coisa importante para governar, chamada legitimidade que é a concordância, o consentimento, o aval dos governados. Daí a importância simbólica das eleições, com partidos aos frangalhos, ideologias varridas para debaixo do tapete, e onde, publicamente, se discute apenas temas periféricos, nunca as questões de fundo, e muito menos o próprio modelo distorcido e perverso, que perpetua a chamada pirâmide social, e sua inversão representativa: o Parlamento. Se toda Democracia pressupõe um Estado de Direito, nem todo Estado de Direito é realmente democrático. Se toda Democracia pressupõe uma liberalização da sociedade civil, com distinção entre o público e o privado, e assegurar de direitos civis e liberdades públicas, nem toda sociedade liberalizada vive uma verdadeira Democracia. Exemplo claro disso é o programa eleitoral gratuito; aí estão os comícios, as propagandas, as bandeiras portadas pelos militontos (militantes politicos remunerados), e no dia previsto, um belo espetáculo cívico(eleições), quando vamos legitimar os escolhidos, vamos dar um cheque em branco, e aguardar o que vão aprontar contra nós, pois nossa vontade não vale, e qualquer tentativa de se ir além da formalidade na consulta à vontade popular, é raivosamente denunciada como um perigoso populismo, e qualquer proposta que pretenda democratizar a propriedade será taxada de anacrônica ou deliquente. As elites sabem conduzir com maestria o Estado-Espetáculo, na expressão de um cientista político francês. A Democracia é apenas um sonho; a coreografia é uma realidade!
Wartão: Isso talvez explique a ausência do poder publico em Itajubá para questões que são comentadas no Viver é Perigoso.

Um comentário:

Wartão disse...

Zé, me desculpe, mas não posso concordar com o seu comentário. Se V. tivesse falado que foi o maior centroavante do Cascudão do Elétrons eu até concordaria.
Afinal ninguém tinha o meu tamanho.
Abs.