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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

MÚMIAS ESTÃO SÓ NOS MUSEUS

Se pudesse mudar o nome do blog, mudaria para Anonymous House. As mudanças que precisam ser feitas serão feitas pelos anônimos. A web é o caminho para as futuras mobilizações.
ER

Escreveu ontem o Augusto Nunes:

"Que fazer?, vivem perguntando nos sites e blogs da internet os incontáveis brasileiros indignados com a procissão de escândalos, afrontas e patifarias ─ todos aflitos com a impotência aparente. Se os partidos de oposição não se opõem, se não existe nenhuma organização capaz de aglutiná-los, se faltam líderes dispostos a conduzir a multidão de inconformados, como impedir que o Brasil fique cada vez mais parecido com um imenso clube dos cafajestes?
As interrogações foram desfeitas neste fim de semana. Mirem-se no exemplo dos egípcios, devem dizer uns aos outros os que testemunharam a agonia e a queda da ditadura de Hosni Mubarak. Não há como adivinhar o epílogo do drama ainda em curso, e a construção de uma democracia genuína pode ser mais difícil que o afastamento de um tirano. Seja qual for o desfecho, nada poderá revogar as lições contidas no luminoso primeiro ato, encerrado com o despejo de Mubarak.
Uma delas, velha como o mundo, ensina que a surdez dos donos do poder só pode ser superada pela voz rouca das ruas. Quem quer mudar as coisas precisa sair de casa, reiteraram os manifestantes da Praça Tahrir. Quem quer mudar as coisas sem se afastar da sala deve contentar-se em mudar o canal de TV com disparos do controle remoto. Mas a rebelião popular no Egito também ensinou que é possível fazer pela internet o que os políticos e os partidos não podem ou não querem fazer.
A mobilização de milhões de oposicionistas prescindiu de líderes carismáticos. Em seu lugar, agiram os ativistas da web. As manifestações não foram articuladas por organizações políticas, mas por correntes que se multiplicaram nas redes sociais. A exaustão dos mais velhos, a impaciência dos jovens egípcios e os impulsos libertários comuns fizeram o resto. Mubarak e seus comparsas acordaram tarde. Quando tentaram controlar o inimigo eletrônico, a multidão já estava nas ruas e nas praças do país..."
Augusto Nunes

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