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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

ELES DISSERAM...

Comentário postado ontem por um anônimo do blog.

Ah....meus caros, acreditar não é preciso, mas me sinto totalmente realizado. Não sou rico e nem pobre. Não sinto mais ódio e nem desprezo. Não tenho inveja de tolices, mas sim daqueles que estão cada vez mais ausentes sem estarem ausentes. São Poucos, mas existem. Morte?, aprendi a entende-la e quase aceita-la, o que é muito gostoso e bom. Inimigos? Devo te-los, mas não me lembro mais e nem me importo mais.
Sou uma pena a fluir no ar. Graças a Deus. 66 anos

Anônimo

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

Anônimo disse...

"""" Não tenho inveja de tolices, mas sim daqueles que estão cada vez mais ausentes sem estarem ausentes. São Poucos, mas existem.""""

Camarada,
Se seu blog tivesse apenas postado o comentário acima, creio eu que já teria valido a pena.
Parabéns a vc e a esse inspirado anônimo.


José Laércio