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sábado, 8 de janeiro de 2011

DIA DE REIS

Nunca gostei do chamado "Dia de Reis". É um dia triste. Dia de começar a desmontar a árvore de Natal. Os enfeites nunca mais serão os mesmos e o pior, não cabem mais nas embalagens originais. Sempre sobra alguma estrela, uma vela ou um pequeno Papai Noel.
Difícil é guardar tudo de novo na parte mais inacessível dos armários.
Também partiram, não sei para onde, há uma semana, o espírito de natal e o de feliz ano novo.
Pessoas que se abraçaram efusivamente, alguns até trocaram presentes, pouco se cumprimentam. É a luta do dia-a-dia. Contribuem para o baixo astral, as melancólicas  "músicas de reis".
Me lembrei de um mês de agosto do início dos anos noventa.
Crise sem precedentes no comércio. Lojas e mais lojas encerrando suas atividades.
Reunião de emergência do empresariado local. Fui convidado e ouvi pacientemente a choradeira geral.
Aliás, não existe nada mais chorão do que lojista (ou melhor, creio que existe um cidadão). Todos tiveram oportunidade de expressar sobre as suas dificuldades.
Sugestões sobre providências? Nenhuma criativa.
Foi quando um gênio presente (nosso conhecido) apresentou a seguinte e brilhante proposta:
- Vamos antecipar o Natal em Itajubá para outubro. Por que só em dezembro? Presentes para as crianças, amigos secretos, antecipação do 13º, vai sair até no "jornal nacional".

Todos atônitos, olhavam para o teto imaginando o magnífico som das registradoras.
Um pequeno lojista se manifestou:
- E quando chegar o Natal de verdade? Ficaremos às moscas?
O gênio já tinha a resposta na ponta da língua: 
- Mas claro que não! Puxaremos o cCrnaval para o final do ano e o dia da mães para fevereiro.
Resumindo: por poucos votos a criativa sugestão não foi aprovada.

ER 

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