Não se chamava Theodomiro Santiago, de forma justa, como é conhecida hoje. Era a Praça Cesário Alvim.
Para nós da Boa Vista era o “jardinzão”, para diferenciar do “jardinzinho” da Praça do soldado. Ir ao “jardinzão” significava “subir”. Eram muito usadas as expressões: Você vai subir hoje? Significava sair da Boa Vista e ir até o Centro. Na hora de voltar, usava-se o inverso: Você já vai descer?
Nada há ver. Primeiro porque não existe morros no trajeto. Segundo (hoje com as coordenadas com fácil acesso) porque o centro da cidade, com relação a Boa Vista, fica no sul. Calçadão nem pensar. Nem projeto existia ainda.
Subindo pela Praça Venceslau Brás, Já existia a Casa América com os seus três camelos entalhados na parede de granito e subindo, logo adiante, a Padaria do Pai do Tostão.
De frente ficavam o Banco Nacional, o Cine Presidente, a Loja “A Liberty” e o Banco de Itajubá, depois Lavoura e depois Real. Na esquina, “A Garota”, do Sr. Zé Chiaradia. E à frente, a casa da família Azevedo, onde hoje é a Florarte.
Nas ruas transversais, funcionavam a Casa Naús, Loja da Julinha, Foto N.S. Aparecida, Pé de Porco, Gruta da Onça e a loja do sr. Paulo Carneiro.
Onde hoje funciona a Ótica Boa Vista era a "Casas Pernambucanas", com um "moleque" de madeira com o braço indicando o interior da loja. Ao seu lado ficava a Casa Vera Cruz.
Do outro lado da rua, a loja da Dna Lígia (mãe do Chico), a Dental da família do Sr. Basílio Pinto e o Bar Ponto Chic, onde já foi a lanchonete Uai, do Sr. Hélio e hoje e uma farmácia Drogão.
Na praça, ainda no térreo do prédio do Grande Hotel, funcionava a casa Del Prete, do Gino, e a sorveteria do Sr. Edgar. Havia uma relojoaria, outra sorveteria e a famosa Casa Renny, dos Werdine. A Glória Maria do Dr. Machado Neto, residia no piso superior.
Havia a Papelaria Casa Lucy (hoje vendem colchões) - no andar superior funcionava a Liga Itajubense de Futebol e fazendo divisa, casa do Prof. Dárcio Pereira (estão construindo um prédio).
A Casa do Cel Alcides Faria, o Hotel São José, o Clube Itajubense e ao seu lado o Bar Acadêmico, com a Radio City funcionando no andar de cima.. Na esquina onde está hoje a CEF existia uma casarão. Do outro lado (Unicred) havia outro casarão e do outro lado da esquina, o Cine Apolo.
Funcionava no térreo o Bar Itamarati, com bela paisagem de azulejos, que posteriormente virou o bar do Chinês. Ao lado da bilheteria do cinema funcionava uma bomboniére.
Do outro lado, demoliram um casarão e construíram o Hotel Centenário, funcionando no térreo, o Café do João , o Bar do pessoal lá do Cruzeiro (virou Café do Seu Vadinho) e a televisão do Nagib.
Ao lado da cantina Tati, tinha um bar muito bem montado. O Marabá. Na subida da Matriz, logo no início, funcionava a churrascaria do Wanderley e a lotérica do Chico Pinga.
Vigiando a praça permanecia, quase em tempo integral, o Sr. Abdias. Ficava caminhando com as mãozonas (as maiores mãos do mundo) às costas e fiscalizando tudo. Pisar nos bancos ? Pisar nos canteiros ? Dar um abraço apertado na namorada ? Nem pensar. Era "cartão vermelho" na hora.
Sempre achei que o Sr. Abdias fosse meu parente. Ele veio do São João da Cristina. A minha mãe e família também eram de lá e como todos eram meio parentes...
Engraxates tinham uns dez. Sempre os mesmos e sabiam da vida e todo mundo. Perguntavam: Tinta e graxa ou só graxa ?
Naquela época, a praça ainda era nossa. Hoje só durante o dia e olhe lá...
ER