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domingo, 7 de novembro de 2010

PHOTOGRAPHIA NA PAREDE

(Maria Esther Bueno)

OS HERÓICOS 3%

Passei meus últimos dias com a cabeça mergulhada no Brasil. As eleições, sim, as eleições: na TV ou nos jornais portugueses, a minha tarefa era explicar aos patrícios o que sucedia desse lado do Atlântico. Li muito. Escutei bastante. Perguntei idem.
Mas de tudo que li, escutei ou aprendi, nada me perturbou tanto como saber que Lula deixa o Palácio do Planalto com 82% de aprovação popular.
Minto: o que me impressiona não são os 82%; o que me impressiona são os 3% de brasileiros que desaprovam o governo Lula e que não embarcam no entusiasmo geral. Como são solitários esses 3%! E como são heroicos! É preciso coragem, e uma dose invulgar de realismo e sensatez, para não ser atropelado pela multidão desgovernada. Quem serão esses 3%? Gostaria de os conhecer, de os convidar para minha casa, de beber com eles à liberdade e à democracia. Vou repetir, quase com lágrimas nos olhos: 3%!
Não nego: Lula teve méritos econômicos evidentes. Arrancar 20 milhões da pobreza não é tarefa insignificante; e ter um país com crescimentos anuais de 6% ou 7%, enfim, uma miragem para quem vive na Europa. Se o Banco Mundial acredita que o Brasil será a 5ª economia do mundo no espaço de uma geração (obrigado, "The Economist"), Lula teve um papel nesse caminho. Mesmo que o caminho tenha sido preparado por Fernando Henrique Cardoso.
Mas quando penso nos solitários 3% que desaprovam Lula; quando penso nessa gente residual, marginal, divinal, penso em todos os casos de corrupção que abalaram os governos petistas e que seriam intoleráveis em qualquer país civilizado do mundo. Penso nos ataques e nos insultos que Lula desferiu contra a imprensa mais crítica. Penso na forma como Lula usou o seu cargo para, violando todas as leis eleitorais (e do mero decoro democrático), eleger Dilma Rousseff. E penso, claro, na política externa de Lula.
Sou um realista. Países democráticos não lidam apenas com democracias; por vezes, nossos interesses estratégicos ou econômicos exigem que sujemos as mãos com autocracias, teocracias, ditaduras e aberrações políticas. Mas devemos fazer isso com decoro; envergonhados; como um cavalheiro que frequenta o bordel e não faz publicidade de seus atos.
Os 3% que desaprovam Lula, aposto, desaprovam a forma indigna como ele elegeu Ahmadinejad seu amigo; como manteve relações amistosas com Chávez; como foi displicente perante os presos políticos cubanos.
Acompanhei as eleições brasileiras. Comentei-as. Escrevi a respeito. Mas, nessa hora em que Lula sai para Dilma entrar, os meus únicos pensamentos estão com os 3% que não perderam a cabeça e mantiveram-se à tona da sanidade.
Nessa noite fria de Lisboa, um brinde a eles!

João Pereira Coutinho - Folha UOL ( enviado pelo Wellington Etrusco)

ER (humildemente entre os 3%)

NOTÍCIAS DE SÃO PAULO

NORAH JONES

Dia 14 de novembro as 16horas Norah Jones fará uma apresentação no Parque do Ipiranga aqui em São Paulo.
Norah Jones nasceu na cidade de Nova York, filha de Ravi Shankar, tocador de sitar indiano.
Morena jambo, de olhar desconfiado que espantou o mundo com sua pose de diva precoce,  formou-se em jazz piano pela University of North Texas. Sua música é comparada a Bilie Holiday. Nora completou 31 anos em março. Já obteve 8 premiações no Grammy Awards. Sua voz ainda é a mesma voz bluesy que surgiu envolvendo a onipresente balada Come With Me, em 2002.
Já vendeu 4 milhões de disco.
Vale a pena conferir.
O melhor show  ao ar livre que assisti, foi do Tom Jobim no Parque do Ibirapuera. O dia estava lindo, o céu azul (de brigadeiro) era riscado de branco pelos inúmeros aviões que decolavam e aterrissavam no eroporto de Congonhas, Helicópteros e pássaros disputavam espaço para estarem mais próximos daquela música
indescritível que emanava do solo gramado...
Imagina você a cena. Todas as pessoas fãs da melhor música brasileira, cantando suavemente com o Maestro e incomparável Tom.
Foi um momento de êxtase. Verdadeiramente inesquecível.

Bah





FRASE ABOBRINHA DO DIA

"Pelo menos estaremos livres de ouvir da Dilma, que lhe deixaram uma herança maldita."

José Tipica

GRANDES MUDANÇAS