A participação dos alunos dos Grupos Escolares e Colégios era obrigatória. As Faculdades mandavam só uma representação. Iam os alunos "mocorongos" com os surrados agasalhos esportivos, com medalhas à la "Coronel Estevão" no peito e carregando velhas taças de segundo e terceiros lugares de alguma coisa. Eram evidentes os sinais de zinabre.
Festa sem igual.
Começava no início da Rua Nova (Posto de Gasolina) e como ainda não existia o calçadão, subia até o Cine Apolo, onde terminava.
Um espetáculo à parte era o desfile do Colégio das Irmãs e do XIX de Março. As moças não marchavam. Deslizavam com os cabelos armados com bombril. As porta-bandeiras normalmente eram as moças mais bonitas e elegantes. O pelotões (iam na frente de cada grupo) eram coincidentemente as mais gordinhas.
O desfile era sempre iniciado (após a revista feita pelo Coronel do Batalhão e o Prefeito em jipe aberto) pelo Padre Donato e os meninos da Granja. A bandinha com seu toque acelerado emocionava o povão que lotava as ruas.
Em seguida vinham os Grupos Escolares de azul e branco com uma faixa carregada na frente por dois bons alunos, dizendo: O Grupo tal saúda Itajubá. O desalinhamento era total e com passo correto, só os filhos.
As professoras (na época não eram tias) caprichavam nos beliscões. Dava pena ver os moleques suando e com os sapatos novos engolindo as meias. Eram bolhas na certa.
O Grupo Rafael Magalhães tinha o uniforme diferenciado. Era xadrezinho preto e branco. Os invejosos chamavam de Grupo Carijó. Nos pés, conga ou sete-vidas.
Por último desfilava o Batalhão com quase mil soldados. O som da batida dos coturnos na calçada de pedra impressionava. A Rua Nova era tomada pelo cheiro do suor e as crianças pequenas assustadas agarravam nos pescoços das mães.
Inesquecível o Sr. Sebastião Inocêncio no microfone. Com um dobrado da Banda da Fábrica de Itajubá ao fundo, ele anunciava: "O futuro do Brasil passa pelos nossos olhos!". A gente se emocionava e levantava a perna bem lá em cima.
Depois do desfile, sorvete de ameixa (três bolas) do Sr. Edgar.
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