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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

FRASE DO DIA




"Este problema face a complexidade que se reveste, foge do escopo do nosso curso, razão pela qual, nos limitaremos apenas a enuncia-lo"


Prof. José Milton (Mirtão), escapando pela tangente.


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NA FRENTE DAS GRADES


Foi a primeira paixão do Dilson. E o coitado ainda nem tinha completado 16 anos. E foi gostar logo da moça mais bonita da Boa Vista. E pior, ela já namorava firme, um bom rapaz, boa pinta e além de tudo, já na engenharia, o que naquela época, parecia ser um grande negócio.
O amor, justificavelmente, não correspondido levou Dilson a primeira carraspana (vá olhar no dicionário preguiçosa). No sábado a noite, no Café Ponto Chic (hoje farmácia), gastou toda a mesada, com umas pingas com groselha e uma lasca de queijo parmesão.
Quando voltou para a casa, já próximo da meia-noite, sentiu a Rua Nova estreita demais. Quanto mais andava em direção a Boa Vista, mais a visão embaralhava e coisas desconexas lhe passavam pela cabeça.
Quando passava em frente ao Açougue do Sr. Gilberto, não deu mais. Abraçou as grades da porta, segurou firme e cochilou, mesmo de pé.
De vez enquando, abria os olhos e enxergava na penumbra do açougue, vacas, galinhas e leitoas, todas nuas. Começou a delirar, segurando firmes nas grades de aço da porta do açougue.
Ali pelas duas da manhã, quando começou a tomar consciência das coisas, imaginou-se preso atrás das grades e começou o berreiro.
Clamava em altos brados, balançando as grades: Tirem-me daqui ! Eu não fiz nada para estar preso! Soltem-me! e chacoalhava violentamente as grades da porta do açougue.
O Sr. Guilherme, que morava ao lado e já estava dormindo, acordou assustado e saiu para a rua ver o que acontecia.
Olhou pela janela, reconheceu o Dilson e foi até ele buscando uma explicação.
Que isso menino ? O que está acontecendo ?
Dilson, meio mortaço, falou: Moço (não reconheceu o Sr. Guilherme), arruma um jeito deles me soltarem. Eu não fiz nada para estar preso. Sou de menor.
No que o Sr. Guilherme disse: Mas Dilson, soltar de que jeito ? Você está do lado de fora.
Dilson franziu o cenho, respirou fundo e caiu na real.
Disse, PQP ! e sumiu na estrada.
Não saiu na rua por uns bons tempos e até esqueceu da moça.
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TEMPO PERDIDO


A CABEÇA DE VACA

A Família, num grande esforço, deu-lhe como presente de natal um "Scandalli" vermelho cocada, uma "cabeça de vaca", ou melhor, um acordeon. Era moda nos anos 50, principalmente pelo sucesso de Luis Gonzaga, o rei do baião.
Matriculou-se no conservatório de música da Dna Ruth Chiaradia, na Rua Miguel Braga, com seis anos e na mesma época assumiu o posto de coroinha do padre Generoso na Igreja São José.

Sem faltar sequer a uma aula , estudou por doze anos. Era orgulho musical da Boa Vista, chamado de "garoto prodígio".

De ouvido era zero, apesar do grande tamanho das orelhas. Tocava como manda o figurino, à sombra das partituras. Tinha centenas delas, acumuladas com o tempo.

Era muito esperado nos aniversários de parentes que sempre lhe pediam para tocar a valsa " 25 anos". As tias choravam quando ele tocava "beijinho doce" e os tios se empolgavam quando ele arrancava o dobrado " São Paulo Quatrocentão".

Com a chegada da bossa nova e do rock, a "cabeça de vaca" saiu de moda. Pior, era motivo de gozação entre os jovens.
O instrumento foi guardado ,ou melhor,escondido em cima de um guarda-roupa.
No primeiro ano da escola de engenharia, por razões humanitárias o pessoal resolveu, em votação, fazer uma serenata para o moça mais feia e chata da cidade e também a mais metida.
Convenceram o músico a levar a "cabeça de vaca" e tocar umas valsas.
Fiquei responsável por carregar o estojo do instrumento(que mais parecia uma mala) e as partituras.
A cachaça foi rolando, rolando e quando o grupo saiu para a serenata já estavam todos animados.
Embaixo da janela da moça, o concerto começou. Um vizinho, conhecendo bem a homenageada, abriu a janela e gritou: Ô pessoal, não é engano?
Enquanto o moço tocava a segunda música do repertório escolhido a dedo, o calado Tião Bordé, encarregado da garrafa, começou a despejar o precioso líquido no fole do acordeon. Foi uma garrafa quase inteira. Tanto que pingava por baixo e saia por todos o registros.
O músico, meio que piaco, não observava nada.
Foi quando soou a sirene da Rádio Patrulha. A bruxa tinha chamado a polícia. A correria foi geral.
Eu carregando o estojo saltei para um terreno baldio na Francisco Masseli. Os outros se distribuiram em fuga pelas ruas adjacentes.
O moço do acordeon corria com o bicho preso ao corpo por correias, chamando atenção. Não teve alternativa.Atravessou o rio Pinheirinho com a sanfona na cabeça e escondeu-se no mato.
A RP parou, olhou, olhou... e não vendo ninguém, foi embora. Devagar, a turma cheia de lama foi se reencontrando.
No dia seguinte fui estudar na casa do acordeonista e, vejam só, o acordeon estava aberto e estendido no varal, na tentativa de evaporar o cheiro de cachaça. Nunca mais o cheiro deixou o instrumento.
Só para informação: logo em seguida ao fato, a moça da serenata resolveu entrar para o convento.
Dizem as más linguas que esse fato contribuiu para o aumento da população de evangélicos da cidade.

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CONTA - GOTAS

1 - Outro dia falamos aqui da Justiça injusta do Brasil, com o Walter Bianchi, mostrando sua indignação. Soubemos,agora, que em novembro/2009, cinco mil servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo estavam afastados de suas funções por alegados problemas de saúde. Gente ! Eram 5 mil !
No momento em que abriram uma investigação interna, quase 3.000 (três mil) voltaram ao trabalho imediatamente. Já se trata de abuso.
2 - Aconteceu comigo. Quando fiquei sabendo da liberação da grana para a chamada "bolsa ditadura", que vem a ser a indenização paga pelo Governo aos que "foram" prejudicados pela ditadura, sem perceber, fui ficando meio decepcionado com os bolsistas. Por exemplo: Admirava muito o Ziraldo e o Carlos Heitor Cony. Tirei o pé do acelerador com eles.
3 - Diarréia ataca no litoral norte de São Paulo. Somente ontem foram atendidas 50 pessoas com diarréia em Ubatuba. No Guarujá, nos primeiros três dias do ano, foram diagnosticados 780 casos.
É muito comum o pessoal alugar um pequeno apartamento de dois dormitórios, com um só banheiro e superlotar com duas ou três famílias. Crianças, mulheres e velhos não têm tratamento especial para irem ao banheiro. Distribuem senhas e quando uma pessoa usa o banheiro, na saída já pega senha para a próxima rodada, que certamente virá.
4 - "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança" - enredo da Beija Flor, bancado pelo GDF. Não tenho dúvidas, será a maior vaia da história do sambódromo, conforme nota da "Veja".
5 - Não tenho bola de cristal, mas realizar uma copa do mundo de futebol na Africa, com todos os seus problemas, é uma loucura. Será uma operação de segurança sem precedentes na história. Quer uma oportunidade melhor para as questões tribais serem levadas ao conhecimento do mundo ?
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CORRENDO RISCOS







BAGDÁ É AQUI

Nos assusta a quantidade de acidentes de trânsito que vêm acontecendo em Itajubá e micro região, principalmente nos finais de semana.
Segundo o programa "Itajubá Notícias", de sexta-feira a domingo ocorreram sete acidentes, sendo cinco com automóveis e dois com motocicletas, além de três atropelamentos com duas vítimas fatais.
Em sua grande maioria, devido a falhas humanas. Imprudência, bebida, etc.
Fiquemos atentos.
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NÃO É BEM ASSIM

"Computador é hábito de quem não gosta de gente. Quantos de nós passamos noites inteiras na companhia dessas máquinas que só respondem o que lhes perguntamos? Sem mais tempo para encontrar os amigos. Para jogar dominó em fins de tarde. Estamos começando a viver o mundo terrível do futuro. A democracia da solidão" .
(trecho de artigo escrito pelo advogado José Paulo Cavalcanti - Revista "Interesse Nacional' )
Em grande parte discordo do artigo acima. Imagino o "vivereperigoso" como um encontro de um grupo de amigos, com idades variadas, gostos diversos, ocupações diferentes, que se encontram para falar do dia a dia,de política, cultura, esportes, diversão e outros.
Normalmente eu puxo o assunto e quando um dos presentes se interessa, retruca, questiona, e enriquece a conversa.
Esta é nossa intenção.
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