Translate

domingo, 22 de novembro de 2009

FESTÃO DE CASAMENTO

Ainda nas décadas de 50 e 60, as festas de casamento eram feitas nas casas das noivas. (os velórios também nas casas dos falecidos e será outra história).
Como quase ninguém tinha carro, o pai da noiva (sempre ele), alugava os carros de praça da Cidade (assim se chamavam os táxis). Normalmente, o carro mais bonito e invariavelmente branco, ficava reservado para levar a noiva e o seu pai.
Faziam a corrida, (o nome era esse) casa da noiva - Igreja e o retorno, Igreja - Casa da Noiva. Davam três ou quatro viagens cada carro, sempre lotados. Depois da festa, cada convidado, que se virasse por conta própria.
Cansei de encontrar pelas ruas pessoas vindo de festas de casamento. Era terrível.
Lembrava um quadro do Portinari, sobre retirantes nordestinos. Os homens tiravam os paletós e afrouxavam as gravatas. As mulheres, tiravam os sapatos de salto alto, carregando-os nas mãos. As meias de nylon (com costura atrás) caiam e empelotavam nas canelas, lembrando o Gérson na Copa de 70.
A pintura derretia junto com o suor, e o bom-bril usado para dar volume nos cabelos começava a aparecer, dando nos cabelos um tom cinza 1001 utilidades.
Nas bolsas, normalmente de couro sintético, amontoavam, pó de arroz, batom e outras armas químicas, bem como instrumentos de retoque.
Seguiam misturados com brigadeiros e língua de sogras, que disfarçadamente levados para as crianças, começavam a passarem da fase sólida para a pastosa.
Na sala da casa ficava o bolo de três andares, com o indefectível casal de noivinhos no topo.
O menu, não saia de empadinhas, coxinhas e pasteizinhos e para beber, chopp quente, com 80% de espuma. Para as crianças, Guaraná Rádio (não existiam garrafas grandes e nem garrafas de plástico). Para não desperdiçar, utilizando de um prego e de um martelo, faziam um furinho na tampinha para as crianças beberem.
As irmãs e tias da noiva ficavam na correria no serviço de garçonetes, desviando da criançada que brincavam de pique pelo quintal e pela casa toda.
Com os convidados esparramados pelos cômodos da casa (exceto no quarto de casal, onde os presentes ficavam expostos na cama), essas festas duravam de três a quatro horas, não mais.
Depois de uma hora com chopp quente e um só banheiro disponível, os homens ficavam todos, como jogadores na barreira, com o Adriano pronto para cobrar a falta.
Num determinado momento, a pedido do retratista do Foto Santos, a noiva cortava o bolo e o noivo estourava o "champanhe" sidra cerezer. Lá pelas tantas, os Noivos davam um jeito de trocar de roupa e partirem para a tão sonhada lua de mel, com as malas já guardadas no porta-malas do táxi. As noivas, não sei por que, sempre levavam uma frasqueira nas mãos.
As irmãs da noiva amarravam latinhas vazias de conservas em um cordão e o fixavam no para-choque traseiro do automóvel e com a devida permissão do motorista, escreviam com tinta branca, lavável, no vidro traseiro do automóvel, "Just Married" que viram no final de um filme da Elizabeth Taylor. Ficava chique.
O pessoal costumava traduzir "just married", por parabéns, e ficava por isso mesmo. A curiosidade e muita malícia imperavam, com tias dando conselhos secretos para a noivinha. O destino (sempre confidencial), ou era Campos do Jordão, ou São Lourenço ou preferidamente, o Clube dos Quinhentos, em Lorena.
Aliás, dizem, que esse nome foi dado pelos quinhentos casamentos iniciados lá, com noivos de Itajubá.
Quem ganhou um bom dinheiro na Cidade, foi um proprietario de Kombi, que promovia todos os domingos, uma "lotação" com viagem a Aparecida do Norte, incluindo no "tour", uma passada pelo parque do Clube dos Quinhentos.
Na rápida passagem, aproveitava para saudar, com sucessivas buzinadas, a primeira manhã dos noivos, que caminhavam a beira do lago, com aquelas caras de "Donald e Margarida".
Era tradicional o abraço de despedida, entre lágrimas, da noivinha e sua mãe. Parecia que a moça estava indo morar em Bagdá, acompanhada do próprio Saddam Hussein.

Após a festança, ficavam para os Pais da Noiva as contas para pagar. Para os vizinhos fuxiqueiros, a reclamação que tinha faltado alguma coisa.
E para os noivos, a eterna felicidade... (Ai de mim se escrevo um final diferente).


ER

PORQUE HOJE É DOMINGO - 3

Disse porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti.
Rute 1;15 a 18 (Lealdade e amizade de Rute por Noemi)
Lembrem-se que Noemi era sogra de Rute.
ER

JUSTA OBSERVAÇÃO

O Vice-Presidente da República José Alencar é um homem que se diferencia do ambiente a sua volta. Nasceu pobre, ficou rico com trabalho e vence a adversidade sem uma única ínfima concessão à autocomiseração.
Não exige do mundo recompensa, nem transforma sua trajetória em cobrança de fatura e ainda ensina que o esforço, a confiança e a correção compõem a essência de uma vida profícua.

(Dora Kramer - O Estado de S.Paulo 22/09/2009)

Realmente o nosso conterrâneo tem dado a todos um exemplo de luta. Atenção para o "é um homem que se diferencia do ambiente a sua volta". Isso é forte e verdadeiro.

ER

MESMO INTERESSE COMERCIAL, TEM LIMITE !

Chega ao Brasil, convidado pelo Governo, o Sr. Mahamoud Ahmadinejad, Presidente do Irã, cuja duvidosa eleição foi aprovada e reconhecida em primeiríssima mão pelo Sr. Luis Inácio.
Gostaria que todos lessem as colocações corajosas feitas pelo Sr. Lee Bollinger - Reitor da Universidade de Columbia, em 24/9/2007, quando receberam o Sr. Ahmadinejad .
- Ouvir idéias que nós deploramos não implica endossá-las, nem é sinal de fraqueza ou de ingenuidade diante dos perigos reais inerentes a essas idéias.
Uma das premissas cruciais da liberdade de expressão é que não tornamos honrada a desonra quando abrimos o debate para que ela se manifeste.
Que fique claro de uma vez por todas: Este evento não tem absolutamente nada a ver com o "direito" de quem fala, mas apenas o nosso direito de ouvir e de falar.
Fazemos isso por nós.
Dirigindo diretamente a Ahmadinejad, citando os casos de repressão, negação do holocausto, armamento de grupos terroristas, proposição de varrimento de Israel do mapa, etc.
- Vamos deixar claro de saída: Senhor Presidente Ahmadinejad, o Senhor exibe todos os sinais de um ditador mesquinho e cruel.
Para os iletrados, os ignorantes, isso é uma propaganda perigosa. Quando o Senhor vem a um lugar como este, isto faz do Senhor simplesmente um ridículo. Ou o Senhor é um provocador descarado ou é espantosamente mal-educado.
Deixe-me encerrar este comentário. Francamente, eu dúvido que o Senhor tenha coragem intelectual de responder as questões:
  • A Universidade de Columbia é um Centro Mundial de Estudos Judáicos. O Senhor afirmou que Israel tem de ser varrido do mapa. O Senhor planeja nos varrer do mapa também ?
  • Por que o Senhor apoia organizações terroristas que continuam golpear a paz e a democracia no Oriente Médio ?
  • O Senhor pode dizer por que está lutando uma guerra que não é sua no Iraque, armando a milícia Shi´a, alvejando e matando tropas Americanas ?

(Resumo do publicado pelo Jornalista Reinaldo Azevedo - Veja).

Minha conclusão: Uma das maiores dificuldades para transformar um País numa grande Nação vem a ser, também, a escolha correta de parceiros e aliados.

Isso exige muito mais do que a perspectiva de bons negócios comerciais. Significa comungar idéias e princípios.

O princípios manifestados pelo Sr. Ahmadinejad não coadunam com o do povo brasileiro, com certeza.

Xô Ahmadinejad !

ER